Exportações da China para o mundo despencam 17,2% no primeiro bimestre de 2020, enquanto Brasil para China crescem 20,9%
Epidemia de coronavírus afeta a atividade econômica e desorganiza a rede de abastecimento de alimentos.
As exportações da China despencaram 17,2% nos meses de janeiro e fevereiro de 2020, em meio à epidemia de coronavírus que afeta a atividade econômica e desorganiza a rede de abastecimento de alimentos, informou a Alfândega chinesa.
Trata-se da maior redução das exportações do gigante asiático desde fevereiro de 2019, em plena guerra comercial com os Estados Unidos.
As importações chinesas caíram 4% no primeiro bimestre de 2020, segundo dados oficiais.
O superávit comercial da China com os Estados Unidos – centro da disputa comercial entre os dois países – caiu 40% no primeiro bimestre do ano, de US$ 42 bilhões no ano passado para US$ 25,4 bilhões.
De acordo com a Comissão Nacional de Saúde, nas últimas 24 horas foram identificados 99 novos casos confirmados de infecção, contra 143 na sexta-feira (6), mas se verificou um aumento de registros fora da província de Hubei, epicentro da epidemia.
A Comissão relatou 24 casos confirmados ‘importados’, número que reforça os temores sobre um eventual aumento da propagação da epidemia na China por pessoas procedentes do exterior.
Em 92 países, o número de infectados na noite desta sexta era de 100.871, dos quais 3.459 morreram.
Exportações do Brasil para a China saltam 20,9% em fevereiro
Coronavírus ainda não impacta
País vende US$ 4,7 bilhões à chineses
O Brasil exportou para a China em fevereiro 20,9% a mais que no mesmo mês de 2019, apesar da desaceleração da economia chinesa devido aos impactos do novo coronavírus. As vendas de produtos para a região somaram US$ 4,724 bilhões no mês passado. A alta foi puxada por uma maior demanda por petróleo, carne, minérios e algodão.
Até o momento, o novo coronavírus já infectou 90.301 pessoas, deixando 3.086 mortos. A maioria foi na China: 80.026 infectados e 2.912 mortos. O país reagiu isolando cidades, fechando fábricas e outros serviços.
Isso importa porque a China influencia nos resultados dos indicadores econômicos nacionais por ser a principal parceira comercial do Brasil. Em janeiro, a demanda menor da China já havia sido 1 dos principais responsáveis pelo deficit de US$ 1,7 bilhão na balança brasileira.
Muitas das exportações consumadas em fevereiro de 2020 foram contratadas há meses e o impacto da retração econômica nas vendas externas será sentido com mais vigor a partir de abril e maio –porque pedidos de compra poderão ser cancelados agora.