Bastidores: Bolsonaro decidiu pressionar STF após ouvir setor produtivo

O presidente Jair Bolsonaro decidiu “marchar” até o Supremo Tribunal Federal (STF) depois de ouvir de representantes que é possível reabrir fábricas e lojas com segurançaA ideia foi fazer chegar ao Judiciário a pressão que o presidente vem sofrendo do setor produtivo.

Existiu sim um instrumento de pressão e nós sabíamos que essa ida a Brasília geraria um desdobramento político”, disse um dos participantes, que pediu para não ser identificado.

De acordo com empresários que participaram da reunião, Bolsonaro demonstrou preocupação com as derrotas que vem sofrendo naquela Corte. O encontro desta manhã começou no gabinete presidencial e terminou, improvisadamente, no do presidente do Supremo, Dias Toffoli.

No Palácio do Planalto, os empresários traçaram um cenário preocupante e disseram ter planos de como poderia ser retomada a atividade econômica com segurança, que não foram apresentados em detalhes.

Foi neste momento que Bolsonaro questionou os presentes se eles concordariam em atravessar a Praça dos Três Poderes e ir até o STF para apresentar os mesmos dados e alternativas. Bolsonaro lembrou os presentes de que foi o STF que delegou aos Estados e municípios a autoridade para decidir o que fecha e o que abre. Por isso, levou todos para bater na porta do Poder Judiciário. “Não houve constrangimento, quem não quis ir, não foi”, completou outro industrial.

Na reunião com o presidente, os industriais defenderam que não basta as fábricas continuarem funcionando já que, para alguns setores, o fechamento do comércio inviabiliza a produção. Além disso, há a preocupação com a “invasão” de produtos importados, especialmente os chineses, já que a indústria daquele país já retomou a produção em meio a um mercado mundial retraído.

Os empresários também voltaram a bater na tecla do crédito e disseram que as medidas para a liberação de recursos não foram suficientes. O ministro da Economia, Paulo Guedes, concordou com esse ponto e disse que novas ações estão sendo estudadas e serão anunciadas.

Além de apresentar uma situação preocupante, os industriais mostraram ações que estão sendo feitas para ajudar no combate à epidemia, como a transformação de plantas de equipamentos eletrônicos em produtoras de respiradores.